Pesquisar na Lua da Ana...

26 de janeiro de 2007

Geração Moleskine







Estou habituada a andar sempre com "bloquinhos" como lhes chamam as amigas....
Tenho um, onde aponto as encomendas e os trabalhos da Ana Lua...
....tenho um onde aponto as ideias que um dia gostava de ter tempo para pôr em prática....
....tenho um que serve para os miudos irem desenhando quando tenho que os distrair nalgum lado...
... e tenho um Especial, é um Moleskine. Foi um AMIGO que me deu... o mesmo amigo que me mostrou este artigo, que tão bem ilustra estes "vícios" da minha geração. Obrigada Rui.***
____________________________________

DN 06.05.05 - Pedro Mexia

"Se, como escrevi em crónica recente, toda a gente da minha geração anda com sacos amarelos (FNAC), acrescento agora que quase toda a gente anda também com cadernos Moleskine.

Pelo menos os jornalistas, escritores, artistas, bloguistas e aparentados. Às vezes, em roda de numa mesa, oito ou nove tipos sacam do Moleskine, ao ponto de se confundirem, como telemóveis.

Os Moleskines têm dois séculos. O seu ponto mais alto esteve na popularidade entre modernos ou modernistas Van Gogh, Matisse e Hemingway. Como explica o folheto que acompanha cada exemplar, este é "o lendário caderno de artistas e intelectuais europeus", que tem albergado "esboços e notas, ideias e emoções" de muitos notáveis. Não são portanto apenas itens vulgares para rabiscar gatafunhos: são um mito. E também (cito de novo) uma "testemunha do nomadismo contemporâneo".Estes cadernos de apontamentos têm formato de bolso, capa tipo oleado preto, um marcador e um elástico exterior. São o cúmulo da solidez e da elegância. Mas são sobretudo (daí o espantoso sucesso) uma marca de prestígio, com enormíssima caução cultural. Não se pode referir os Moleskine sem lembrar Bruce Chatwin, que comprava os seus caderninhos às centenas numa papelaria parisiense, os numerava, escrevia um endereço e indicava uma recompensa em caso de extravio.

Os Moleskines deixaram de ser fabricados em 1986 (Chatwin conta o episódio em O Canto Nómada), mas foram retomados em 1999, desta vez com todos os formatos e feitios, com linhas, lisos, quadriculados, em forma de agenda, com diferentes papéis. Foi um regresso acolhido em apoteose. Ao ponto de "caderno de apontamentos" se dizer agora "moleskine", mesmo quando não é um Moleskine. Gente que se preze não anda com blocos Castelo nem com agendas rústicas, mas exibe o seu precioso Moleskine, que acaricia como se fosse um adereço erótico. Há quem diga que isto é snobismo. Ou mesmo fetichismo. Mesmo porque, como escreveu o sociólogo marxista, a "cultura" também é um estatuto. Acontece que o Moleskine é mesmo o melhor caderno do mercado. E não quero outro caderno que não esse. Chamem- -me snobe que eu gosto."

25 de janeiro de 2007

A esperança depositada num novo ano....

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um individuo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para frente ... Tudo vai ser diferente ...!"

Carlos Drummond de Andrade

19 de janeiro de 2007

Ainda o mesmo assunto....

Bilhete Postal - Ferreira Fernandes in CM 18-01-2007

"O pai biológico já fala de umas massas pelo incómodo psicológico. O pai adoptivo prefere ir para a prisão (seis anos!!!) do que dizer onde está a sua menina. A Justiça é cega – mas precisa de ser estúpida? O crime deste pai adoptivo é recusar arrancar a sua menina daqueles que ela sempre viu como pais. Quando pensa em incómodo psicológico, o pai adoptivo pensa no da sua filha.

E não faz comércio disso. Mas, diz-me a Justiça, ele não é um “pai adoptivo”, ainda não houve legalmente adopção. Está bem, falo só de pai. Pai: condição que muitos ganham na rifa do espermatozóide de uma noite e este PAI (o sargento Luís Gomes) conquista à custa da sua liberdade. Com a condenação é um criminoso. Que honra é para qualquer pessoa de bem apertar a mão a este criminoso!"

Estou revoltada....muito....muito....

Não consigo deixar de me revoltar...
É angustiante estarmos a assistir a uma coisa destas...
Que doutos senhores, altos responsáveis pela justiça no nosso pais, deitam a cabeça na almofada à noite e dormem depois de uma decisão destas??
Eu, sou pelos Pais....
Pela Mãe que fugiu com aquela criança, que deixou um emprego, os amigos e a familia, que vive angustiada cada minuto do seu dia mas que tem certamente um sorriso e os braços abertos para a filha...
Pelo Pai que está preso, com uma setença injusta e cruel, sem noticias da sua familia, mas que apesar de tudo surge sempre com um sorriso de tranquilidade... o sorriso de um Pai que protege a filha..
Eu sou por eles... e por aquela menina que merece a felicidade ao lado dos seus Pais. Porque ser Pai e ser Mãe é exactamente o que eles têm sido para ela... ou não é isto o que qualquer um de nós faria pelos filhos??
Estou revoltada...muito...muito....

17 de janeiro de 2007

Eu gostei muito.....

Rezem pela minha alma pecadora
António Lobo Antunes

"Tenho bem conta da precariedade disto. Qualquer dia a vida diz-me adeus e vai-se, e eu sem tempo sequer para despedidas
— Adeus vida
eu só olhos e narinas abertas na almofada. Vi o meu pai morto e a injustiça da sua imobilidade revolta-me. Vi pessoas de que gostava muito mortas e revoltei-me também. Quer dizer, nem uma palavra me saiu da boca e eu furioso. Parentes sérios, cumprimentos, abraços. Saía da capela que cheirava horrivelmente a flores, tudo igual cá fora e eu mais furioso ainda. Sentava-me num degrau do adro, ficava para ali. O relógio da igreja ia batendo horas. Não compreendia, não compreendo e o facto de não compreender desesperava-me. Não queria compreender só com a cabeça, queria compreender com os sentidos e nem a cabeça nem os sentidos me ajudavam. Um sentimento de solidão muito grande, de desamparo. E sempre a mesma pergunta
— Porquê?
e um vazio a seguir à pergunta. Meta-se depressa debaixo da terra pai ou seja, já que não se mexe, que o metam depressa debaixo da terra. E depois os objectos dos mortos que a pouco e pouco desaparecem, coisas em que mexiam todos os dias, que faziam parte deles, que usavam, e a sensação que as coisas mortas igualmente. Pegava-lhes e não se animavam. Pareciam moles. Casas cheias de ausências. Um prato que se sumia da mesa, uma cadeira a prolongar a forma de um corpo que não existia. Ficam retratos: que me interessam os retratos. O nome. E depois os retratos e o nome desaparecem igualmente. Ficarão os meus livros. Meu Deus serei apenas livros um dia, lombadas numa estante? E estas mãos? Estes olhos? Este corpo? Na última entrevista de um escritor inglês, ao perguntarem-lhe o que desejava da posteridade respondeu
— Que rezem pela minha alma pecadora.
Espero que façam o mesmo por mim porque andei cheiinho de pecados até à borda. Pela janela o vento nos arbustos, sol, que coisa. Rezem pela minha alma pecadora. E o vento que não pára de remexer, agitar. Que pretende ele? Dá ideia de querer segredar não sei quê, explicar-me e não lhe alcanço a linguagem. As casas também, às vezes. E a noite. À noite é pior: cochichos, cicios, avisos. Não sou uma criatura triste, sou uma criatura intrigada. Leonardo da Vinci costumava assinar Leonardo, iletrado. Lá vai, entre os arbustos, uma cadela no cio com a sua dúzia de cachorros ansiosos atrás. Esse ar preocupado dos cães. Às vezes lá estão eles mortos na berma das auto-estradas, ensanguentados. Se passar por ali no dia seguinte desapareceram: quem os levou? Um bêbado de braços abertos no meio das pistas, a desafiar os automóveis, de gabardina e cachecol no pino do verão. A gabardina sempre a mudar de forma derivado aos gestos. O horror dos doentes no hospital de quando eu era médico, O meu pai morreu sozinho num deles, a meio da noite. Que léria é esta? Alguém nasceu ou morreu acompanhado, porventura? Alguém viveu acompanhado a sério, não me refiro a gente por perto, refiro-me a acompanhado, uma proximidade sem palavras, uma fusão. Toquem-me no ombro, há alturas em que sinto necessidade que me toquem no ombro. Depois, logo a seguir, podem ir-se embora. Homens a despejarem bilhas de gás de uma camioneta. O senhor do café que desenrola o toldo à manivela. Bandeiras nos parapeitos derivado ao futebol. Uma ocasião fui buscar uma mulher que queria suicidar-se ao telhado de um prédio. Foi um bambúrrio não temos caído os dois dali abaixo. Os telhados dos prédios
(e era um prédio novo)
são oblíquos e escorregam.
— Esteja calma
insistia eu (que palermice)
— Esteja calma
e ela inclinada cá para baixo a chorar. Carros da polícia a acenderem e a apagarem as luzes do tejadilho, a cara da porteira numa espécie de postigo
— Eu não aguento
e claro que aguentou conforme a mulher aguentou, conforme eu aguentei. Lá viemos pela escada com ela sempre a chorar, um dos pés calçado, o outro descalço, e por cima da roupa essas batas que se põem para limpar o pó. Tinha uma espécie de vassoura que ficou lá em cima um bocado depenada. As luzes do tejadilho dos carros da polícia apagaram-se. Isto no Outono sob um céu de desastre. Não sei se a mulher tinha marido, filhos. Não tornei a vê-la e nem da cor do seu cabelo me recordo. Recordo-me das unhas comidas. De uma pulseirinha de oiro. Mais nada. E eu, que sofro de vertigens, para ali feito herói
— Esteja calma
quando não há heroísmo algum mim. Sou egoísta. Não valho grande coisa. É como na guerra: têm-se comportamentos esquisitos por um motivo que me escapa. De generosidade, de coragem. Claro que não estou necessariamente a falar no meu caso. Andei naquilo. É tudo. E mesmo que não aceite admiti-lo marcou-me para sempre: não me saem da ideia os nomes dos mortos. Aí está: os mortos nomes e coisas. O retrato de um deles no caixão, a perseguir-me até hoje. Não admira: quase tudo me persegue até hoje, uma velhota que lavava degraus num prédio, a gemer. Não andava na escola ainda e o raio da velhota não pára de gemer. Há cinquenta anos que geme no interior de mim. Vou acabar esta prosa. Como? Se alguém me desse uma ajudinha, uma ideia. O vento nos arbustos? Não. A cadela com cio? Também não. A mulher? Nem sonhar. Acabar apenas, levantar-me da mesa com uma frase a meio. O meu pai? Ainda menos. Talvez a frase do escritor inglês: rezem pela minha alma pecadora."

VISÃO - 28 DE DEZEMBRO DE 2006

15 de janeiro de 2007

Semana Santa....e grandes decisões

Semaninha Santa no trabalho...
Quarta feira... é o grande dia... a grande decisão....
Vamos ver....

12 de janeiro de 2007

Uma coisa nova....

www.coisasdegemeos.blogspot.com


É muito mais específico, mas apareçam e divulguem por favor....
Gostava de fazer disto uma coisa em GRANDE!

8 de janeiro de 2007

Feliz Ano Novo!!!

Desculpem a minha ausência....
Eu sei que continuam a ser poucos os que se preocupam com isso...mas pronto....

Um grande, grande ano de 2007 para todos!
Vai certamente ser um ano de mudanças....
Tenho grandes projectos para este ano, uns mais pessois e outros que posso partilhar....

Será um ano de mudanças profissionais...sem dúvida....
Onde isto irá dar ainda não sei bem...mas que não ficará assim é uma certeza....
No entanto... tenho grande confiança neste ano que está a começar.....
Gosto de números primos...do 7 especialmente (não é cris?)...
Espero que ele não me desiluda....
Pronto.... para ser um bocadinho parecido com os outros....

Quero paz, muita saúde para todos, amigos, saidas, jantares, sorrisos, vontade de trabalhar e projectos novos para alcançar....

Sejam Felizes, este ano e sempre!!!!